Energia Eólica

 

     O aproveitamento da energia eólica surgiu há milhares de anos aquando os descobrimentos. Em Portugal foi o recurso á energia eólica que permitiu os descobrimentos. Durante os séculos XV a XIII as caravelas e as naus portuguesas movidas a vento navegaram pelos oceanos descobrindo e comerciando desde a Europa á Índia, á América e á Ásia. Actualmente a energia do vento é utilizada em embarcações de recreio e de competição, já que a partir do século XIX os grandes veleiros foram substituídos por navios que se movimentavam a vapor.

    O fenómeno de formação de ventos resulta da deslocação do ar de zonas de alta pressão para zonas de baixa pressão. O ar em movimento contém energia cinética que pode ser aproveitada para produzir outros tipos de energia, por exemplo:

              Bd10263_.gif (663 bytes) Ao aproveitarmos a energia eólica através de moinhos de vento para bombagem de água e moagem (técnica utilizada há mais de mil anos);     

              Bd10263_.gif (663 bytes) Ao aproveitarmos a energia eólica através de turbinas de vento para a produção de electricidade (este método só faz sentido em locais que estejam sujeitos a ventos com velocidade média anual superior a 3,6 m/s, persistentes, regulares e com baixa  intensidade de turbulência).

    A disponibilidade desta energia não é constante e varia consoante: a hora do dia, a estação do ano, e outros aspectos climáticos.

    Podemos ainda referir que as correntes de vento são influenciadas pelas condições geográficas abaixo mencionadas:

             Bd10263_.gif (663 bytes) As melhores condições são nos litorais e no mar;

             Bd10263_.gif (663 bytes) Seguem-se como melhores lugares as montanhas;

            Bd10263_.gif (663 bytes) As planícies possuem os mais baixos níveis de incidência de ventos.

   O clima é também um factor muito importante para o grau de incidência de ventos, ou seja, na região equatorial húmida o vento é praticamente inexistente, mesmo no litoral ou mar. Em climas quentes ou secos a energia eólica conversível é boa. Em países quentes e ventosos a energia eólica não pode ser aproveitada devido á incidência de ciclones.

 

     O recurso energético disponível em Portugal estima-se entre os 2.000 MW e os 3.500 MW, para rentabilidade na ordem das 2.500 horas brutas anuais e 2.000 horas brutas anuais, respectivamente, e tendo em conta um cenário de restrição ambiental moderada.
Estes valores representam um apreciável potencial de projectos com possibilidade de realização. Actualmente trabalha-se no desenvolvimento de um "Atlas do vento em Portugal" para melhor avaliação dos potenciais locais de instalação de parques eólicos.

       Apesar deste potencial, existem uma série de barreiras que têm contribuído para o fraco desenvolvimento da energia eólica em Portugal:

        
Bd10263_.gif (663 bytes) ligação a rede: uma vez que os locais com maior potencial se encontram em locais remotos ou servidos por redes fracas, muitas vezes o escoamento de energia só é  conseguido através da construção de novas linhas, o que eleva os custos ou até inviabiliza as operações, sendo também problemática a gestão da atribuição dos pontos de interligação;

      
Bd10263_.gif (663 bytes) impacte ambiental: as principais incidências ambientais são o ruído, o impacto visual e a influência na fauna avícola, no entanto a evolução tecnológica (diminuição dos   ruídos, turbinas mais potentes, menor número de unidades a instalar) terá tendência para compatibilizar os dois interesses;

 Curiosidades:

   Em Portugal, o primeiro parque eólico foi criado em 1988 em Santa Maria (Açores), mas a actualmente a distribuição destas centrais abrange quase todo o território nacional com aproximadamente 150 MW de potência instalada até 2001. No entanto só nos últimos 5 anos, com o Programa Energia, é que se criaram algumas condições para o desenvolvimento deste tipo de energia, mas todavia insuficientes tendo em conta o panorâma verificado em países mais favoráveis a energia eólica.