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P R O P R I E D A D
E S T E R M O F Í S I
C A S 1 9 9 9 - 2 0 0 0
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![]() E
q u i l í b r i o S / L
O diagrama de equilíbrio de fases
é uma representação das relações entre vários estados de uma dada substância
e os efeitos que as variações P,V,T exercem sobre elas.
No equilíbrio S/L, é muito
frequente a existência de sistemas do tipo eutético (ver figura 1). Neste
diagrama pode observar-se a existência de duas linhas: a liquidus e a solidus.
A linha liquidus é a linha acima da qual todo o sistema se encontra no
estado líquido, e a linha solidus é a linha abaixo da qual só existe
sólido.
Como o próprio nome indica, neste
tipo de diagramas existe o chamado ponto eutético, onde a fase líquida está
em equilíbrio com a fase sólida. A temperatura eutética é a temperatura
mais baixa à qual pode existir líquido. Para a determinação deste tipo de diagramas é comum utilizar-se as curvas de arrefecimento, que são curvas de temperatura em função do tempo referentes a uma determinada composição do sistema em causa. S
o l u b i l i d a d e [8] [9]
A solubilidade é definida como
relação entre forças intermoleculares do soluto e do solvente.
Considerando um sólido em equilíbrio
termodinâmico com o líquido, e aplicando a condição de equilíbrio de
fases ao soluto genérico i, tem-se:
se:
então:
Da equação (2) verifica-se que é
utilizado um estado de referência, que não pode ser determinado ao acaso.
Neste sentido, considera-se
Esta
pressão é extrapolada do diagrama P,T referente ao soluto (note-se que esta
extrapolação só será válida
se Tsolução for aproximadamente Ttriplo).
Da equação (3) verifica-se ainda
que a solubilidade depende não só do coeficiente de actividade do soluto (gi),
mas também da fugacidade do sólido puro (fiS).
A equação (2) pode ser ainda
rearranjada se supostas algumas simplificações: 1)
Admitindo que as pressões de vapor do sólido puro e do líquido
subarrefecido são baixas, podem substitui-se as pressões de vapor pelas
fugacidades, sem com isto cometer-se um grande erro. Neste caso tem-se:
2)
Se a natureza do solvente for semelhante à do soluto, pode-se aceitar que
Conjugando as duas simplificações,
obtém-se:
que
representa a solubilidade “ideal” do componente i.
Se, por outro lado, Tsolução
não for próxima de Ttriplo, define-se a solubilidade da seguinte
forma:
onde:
e
onde
Substituindo (6) em (5), obtém-se
a expressão final genérica:
Esta equação dá-nos uma
estimativa razoável da solubilidade de sólidos em líquidos quando a
natureza química do soluto é semelhante à do solvente.
Com a equação (7) duas conclusões
sobre solubilidade de sólidos em líquidos podem ser retiradas: 1)
Para um sistema sólido/solvente, a solubilidade diminui com o aumento da
temperatura. A variação é aproximadamente proporcional à entalpia de fusão,
e, numa primeira aproximação, não depende do ponto de fusão; 2)
Para um solvente e uma temperatura fixa, se dois sólidos têm entalpias de
fusão semelhantes, o sólido com o ponto de fusão mais baixo tem maior
solubilidade; de igual modo, se dois sólidos têm o mesmo ponto de fusão,
aquele com tiver maior entalpia de fusão terá a maior solubilidade.
A solubilidade do sólido num líquido
é então propriedade, não apenas das forças intermoleculares entre soluto e
solvente, mas também do ponto de fusão e entalpia de fusão do soluto. M
é t o d o s d e D e t e r m i n a ç ã o
E x p e r i m e n t a l
Existem na generalidade dois métodos
que permitem o cálculo da solubilidade S/L. O primeiro é conhecido por Método
Estático e é o mais tradicional no laboratório. O segundo é conhecido
por Método Dinâmico [9] e apresenta duas variantes análogas
entre si: o método das curvas de arrefecimento [8] e o método das
curvas de aquecimento – este último também conhecido por método do
desaparecimento do sólido [3] ou método visual.
No método estático determina-se a
solubilidade a uma determinada temperatura [9]. No método dinâmico
determina-se a temperatura à qual corresponde uma dada concentração do
soluto [9]. Dependendo do objectivo da experiência, opta-se entre
um e outro – quando se pretende saber a solubilidade exacta a uma dada
temperatura, segue-se o método estático, e quando se pretende estudar o
diagrama de fases S/L de um sistema binário, recorre-se ao estudo das curvas
de aquecimento e arrefecimento.
O método estático em geral requer
meios laboratoriais mais acessíveis. Método
Estático
Muito sucintamente, este método
consiste em colocar uma amostra da solução num copo à temperatura
pretendida e esperar algum tempo até que se atinja o equilíbrio. Ao fim
deste, separa-se a fase líquida da sólida e realiza-se uma análise mássica.
O tempo necessário para atingir o equilíbrio é determinado repetindo todo o
procedimento até se comecem a obter valores de solubilidade constantes.
Uma variante deste método, chamada
método diferencial, permite uma maior exactidão de resultados e é por isso
usada na determinação de coeficientes de actividade. Método
Dinâmico
O método escolhido neste trabalho
foi o dinâmico, porque se enquadra mais no campo de interesses do engenheiro
químico, uma vez que a análise térmica efectuada através dele é a mais
importante técnica de determinação de diagramas de fase. [8]
Esta análise do comportamento das
fases pode ser feita através de curvas de arrefecimento, ou, de forma análoga,
através de curvas de aquecimento.
A técnica experimental, p. ex., no
caso das curvas de arrefecimento, consiste em arrefecer várias misturas (inicialmente
em fase líquida) com diferentes concentrações, ler a evolução da
temperatura com o tempo e tirar conclusões a partir de pontos de inflexão e
patamares (porções horizontais do gráfico) das curvas obtidas que
representam o processo de cristalização (ver figura 2).
Um patamar na curva T(t) indica a
temperatura de fusão do componente puro, de um composto ou de uma mistura eutética
(em certos casos, pode também indicar uma transformação peritética). Um
ponto de inflexão indica uma coordenada na curva liquidus que
corresponde à temperatura na qual aparece a primeira partícula de sólido. [8] Esta
análise térmica pode, em certos casos, apresentar algumas dificuldades: 1)
Quando o arrefecimento é exagerado muitas vezes obtêm-se gráficos onde é
difícil distinguir um patamar de um ponto de inflexão; 2)
Quando a composição inicial está longe da composição eutética, o patamar
à temperatura eutética é difícil de observar, uma vez que a quantidade de
líquido presente é pequena relativamente à de sólido e a agitação torna-se
difícil; 3)
Quando a solubilidade do líquido no sólido é apreciável, é muito difícil
obter a verdadeira linha solidus através deste método, porque neste
caso é quase impossível a manutenção de um equilíbrio de fases.
Devido a todas estas dificuldades,
este método é muitas vezes auxiliado por técnicas suplementares, tais como:
uma análise microscópica das espécies solidificadas (para determinação do
número de fases), e difracção de raios X (identificação das fases
cristalinas). .:. |
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![]() [ DETERMINAÇÃO DE SOLUBILIDADE SÓLIDO
/ lÍQUIDO ]
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